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Esses filmes sobre amor vão mexer com sua cabeça — e com o coração

O cinema sempre encontrou no amor uma das suas maiores fontes de inspiração — mas há produções que vão além do romance tradicional e mergulham em algo mais profundo, doloroso e humano. Alguns filmes não apenas mostram histórias de amor, mas desmontam a ideia que temos dele: exploram o que é perder, esquecer, imaginar e reconstruir sentimentos.

A lista abaixo reúne três obras inesquecíveis que transformaram o modo como o público enxerga o amor. Cada filme apresenta uma perspectiva única — da fantasia à introspecção, do humor à melancolia — e continua tocando quem se arrisca a assistir. E o melhor: todos estão disponíveis em streamings no Brasil, prontos para serem revisitados com o coração aberto.

Encantada

Entre os filmes que conseguem unir ironia, leveza e romance de forma genial, Encantada (2007) é um verdadeiro tesouro moderno. Dirigido por Kevin Lima e estrelado por Amy Adams, Patrick Dempsey, James Marsden e Susan Sarandon, o longa mistura elementos clássicos das animações da Disney com a realidade caótica de Nova York.

A história começa no reino mágico de Andalasia, onde a princesa Giselle vive um conto de fadas típico: canta com os animais, espera o beijo do príncipe e acredita que o amor verdadeiro é eterno. No entanto, tudo muda quando ela é empurrada para um portal e vai parar no mundo real. Em plena Manhattan, Giselle precisa lidar com o cinismo do advogado Robert e a ausência de magia em um mundo movido por pragmatismo e desilusão.

O filme é uma brincadeira inteligente com os clichês do gênero romântico, questionando a ideia de amor instantâneo e idealizado. Amy Adams entrega uma performance encantadora, alternando entre ingenuidade e descoberta, enquanto Dempsey traz o olhar mais humano e cético da narrativa. Além do humor leve, a trilha sonora é um espetáculo à parte — e a direção de arte brinca com o contraste entre o colorido do conto e o cinza da metrópole.

Onde assistir: disponível no Disney+.

Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças

Nenhum outro filme aborda o amor e a memória com tanta originalidade quanto Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças (2004). Dirigido por Michel Gondry e escrito por Charlie Kaufman, o longa é uma das produções mais inovadoras dos anos 2000 — um mergulho poético e doloroso sobre o que significa esquecer alguém que se ama.

Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate Winslet) vivem um relacionamento marcado por altos e baixos. Após uma separação dolorosa, Clementine decide se submeter a um procedimento experimental que apaga todas as lembranças de Joel de sua mente. Devastado, ele resolve fazer o mesmo — mas, durante o processo, percebe que não quer se desfazer das memórias, mesmo das ruins.

O que se segue é uma viagem emocional e visual impressionante, onde o amor, o arrependimento e o inconsciente se misturam em cenas oníricas e simbólicas. Carrey surpreende com uma atuação sensível e contida, enquanto Winslet entrega uma personagem vibrante, cheia de contradições e autenticidade.

Mais do que uma história sobre esquecimento, Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças é uma reflexão sobre o valor da dor na construção do amor. As cicatrizes emocionais são apresentadas como parte essencial da experiência humana, e o filme nos lembra que até os amores falidos deixam algo de belo.

Com uma fotografia melancólica e um roteiro brilhante, é impossível terminar a sessão sem sentir um nó na garganta. O amor aqui não é idealizado — é imperfeito, confuso e, por isso mesmo, profundamente real.

Onde assistir: disponível no Prime Video.

Brilho Eterno de uma mente sem lembranças é um dos filmes
Imagem: Divulgação

Ela

E se o amor verdadeiro não precisasse de um corpo físico? Essa é a pergunta que move Ela (Her, 2013), de Spike Jonze — um dos filmes mais sensíveis e provocativos do século XXI. A trama mistura romance e ficção científica para explorar a solidão humana em meio à era digital.

O protagonista, Theodore (Joaquin Phoenix), é um escritor solitário que, após o fim de um casamento, encontra consolo em um sistema operacional com inteligência artificial chamado Samantha, dublado por Scarlett Johansson. À medida que a convivência avança, ele descobre que está se apaixonando pela voz que o compreende melhor do que qualquer pessoa real.

A beleza de Ela está em como o filme usa o futurismo para falar de algo profundamente humano: a necessidade de conexão. Spike Jonze transforma o romance entre homem e máquina em uma metáfora poderosa sobre amor, empatia e vulnerabilidade. Theodore e Samantha vivem uma relação tão intensa que, por instantes, o espectador esquece que se trata de uma interação digital.

Joaquin Phoenix entrega uma das atuações mais comoventes de sua carreira, transmitindo emoções sutis e genuínas. Johansson, por sua vez, constrói uma personagem sem corpo, mas cheia de alma — sua voz se torna a essência da humanidade em meio à tecnologia.

Visualmente, o filme é um espetáculo de cores suaves e trilha sonora hipnótica, criada pela banda Arcade Fire. Ao final, Ela deixa uma sensação agridoce: o amor pode mudar de forma, mas nunca deixa de ser necessário.

Onde assistir: disponível no Netflix.

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Alexandre Cardoso
Alexandre Cardoso
Apaixonado por Filmes e Séries, criei o Guia da Netflix em 2015. Com o avanço dos serviços de streaming, fundei o Streamings Brasil, onde atuo como editor-chefe. Nesse site, escrevo sobre dicas e novos títulos adicionados aos streamings. Breaking Bad, Ozark, The Boys e Game of Thrones são algumas das minhas séries favoritas. Sou Engenheiro Civil, mas apaixonado por internet.
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