InícioFilmesEsse é o filme da Netflix que vai explodir sua mente

Esse é o filme da Netflix que vai explodir sua mente

Entre os inúmeros títulos disponíveis na Netflix, poucos causam tanto desconforto e fascínio quanto Estou Pensando em Acabar com Tudo (I’m Thinking of Ending Things), um longa que desafia o espectador do começo ao fim.

Dirigido por Charlie Kaufman, conhecido por suas tramas complexas e filosóficas (Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças e Quero Ser John Malkovich), o filme combina drama psicológico, suspense existencial e surrealismo em uma experiência única.

Com 134 minutos de duração, Estou Pensando em Acabar com Tudo mergulha fundo na mente humana, explorando temas como arrependimento, memória e solidão de uma forma que poucos diretores ousam.

O resultado é uma produção que exige atenção, reflexão e, acima de tudo, uma mente aberta. É o tipo de obra que permanece com você muito depois dos créditos finais — e talvez por isso seja considerada uma das produções mais inteligentes da Netflix.

Enredo de Estou Pensando em Acabar com Tudo

A história de Estou Pensando em Acabar com Tudo começa de forma aparentemente simples: uma jovem (interpretada por Jessie Buckley) viaja com o namorado, Jake (Jesse Plemons), até a fazenda isolada dos pais dele. No caminho, ela reflete sobre o relacionamento, considerando terminar tudo — como o próprio título indica. Mas a partir desse ponto, o filme se transforma em algo muito mais denso e enigmático.

A chegada à casa dos pais (vividos por Toni Collette e David Thewlis) marca o início de uma espiral de estranhamento. O tempo parece se distorcer, as conversas se tornam desconexas, e o ambiente ganha um clima de pesadelo. Kaufman brinca com a percepção do espectador, fazendo com que cada detalhe — uma pintura, um poema, uma lembrança — pareça esconder um significado maior.

Conforme a narrativa avança, o filme abandona a linearidade e mergulha em um labirinto psicológico. Passado, presente e imaginação se confundem, revelando que o que vemos talvez não seja real. O tom melancólico e a atmosfera sufocante reforçam a sensação de estar dentro da mente de alguém à beira do colapso.

Estou Pensando em Acabar com Tudo é, antes de tudo, uma reflexão sobre o medo de ser esquecido, o peso do arrependimento e o desejo de escapar da própria vida. É o tipo de história que deixa mais perguntas do que respostas — e é justamente isso que a torna fascinante.

Elenco de Estou Pensando em Acabar com Tudo

A força de Estou Pensando em Acabar com Tudo está também em seu elenco excepcional. Jessie Buckley, em uma das melhores atuações de sua carreira, transmite angústia e confusão de forma quase palpável. A atriz, que já brilhou em Wild Rose, Men e Chernobyl, entrega aqui uma performance que oscila entre o real e o imaginário com precisão impressionante.

Jesse Plemons, conhecido por seus papéis em Breaking Bad, The Power of the Dog e Fargo, dá vida a Jake, um homem introspectivo, inteligente e inquietante. Sua atuação carrega um ar de mistério constante, essencial para a ambiguidade do enredo.

Os veteranos Toni Collette (O Sexto Sentido, Hereditário, Knives Out) e David Thewlis (Harry Potter, Fargo, Mulholland Drive) completam o núcleo familiar com atuações desconcertantes — ora cômicas, ora perturbadoras. Kaufman utiliza cada gesto e olhar dos atores para intensificar a sensação de que algo está terrivelmente errado.

A química entre o elenco reforça a desconexão emocional que permeia toda a trama, tornando o filme uma experiência imersiva e incômoda, mas artisticamente poderosa.

Crítica e curiosidades

Estou Pensando em Acabar com Tudo
Imagem: Divulgação

Desde sua estreia em 2020, Estou Pensando em Acabar com Tudo vem sendo amplamente elogiado pela crítica. No Rotten Tomatoes, o filme mantém uma impressionante 82% de aprovação, com destaque para o roteiro original e a direção ousada de Charlie Kaufman. No Metacritic, alcança 78/100, reforçando sua posição como uma das produções mais inteligentes da plataforma.

Críticos apontam que a obra é um retrato metafórico da mente humana — um espelho das inseguranças e arrependimentos que todos carregamos. É também uma análise profunda sobre a passagem do tempo e a fragilidade da identidade.

Além disso, o filme gerou inúmeras interpretações nas redes sociais e fóruns de cinema. Alguns o veem como uma alegoria sobre envelhecimento; outros, como uma discussão sobre solidão e fracasso. A genialidade de Kaufman está justamente em deixar o público livre para interpretar, criando uma experiência quase literária.

O ritmo lento e o clima onírico podem afastar quem busca uma trama convencional, mas para quem aprecia obras complexas e provocativas, Estou Pensando em Acabar com Tudo é um verdadeiro banquete intelectual.

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Alexandre Cardoso
Alexandre Cardoso
Apaixonado por Filmes e Séries, criei o Guia da Netflix em 2015. Com o avanço dos serviços de streaming, fundei o Streamings Brasil, onde atuo como editor-chefe. Nesse site, escrevo sobre dicas e novos títulos adicionados aos streamings. Breaking Bad, Ozark, The Boys e Game of Thrones são algumas das minhas séries favoritas. Sou Engenheiro Civil, mas apaixonado por internet.
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